Intervenção Representante da Comissão Utentes Borba
Boa tarde a todos,
A Comissão de utentes dos Serviços
Públicos de Borba saúda todos os que aqui estão nesta ação de luta e protesto,
bem como saudamos também o Movimento de serviços públicos do Distrito de Évora
que tem lutado contra o atentado á qualidade de vida das nossas populações e
que mais uma vez está presente nas ações de protesto em Borba.
Estamos aqui hoje para manifestar a
nossa preocupação e descontentamento por mais uma tentativa de encerramento de
um serviço público no Concelho de Borba e se me permitem eu gostaria de começar
por dizer que a comissão de utentes de
Borba luta pela dignificação
das condições de vida da nossa população e dos serviços prestados a todos os
Borbenses, independentemente de ser na defesa da saúde, da educação, do poder
local democrático ou de qualquer outra área, e desta vez passa pela defesa do
Serviço de finanças no nosso Concelho.
Tal como foi
anunciado, em relação à reorganização dos serviços de finanças, está previsto
das 14 repartições de finanças do Distrito de Évora, encerrarem 11 (Alandroal,
Arraiolos, Borba, Mora, Mourão, Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Vila
Viçosa, Vendas Novas e Viana do Alentejo), ficando apenas abertas 3 (Estremoz,
Évora e Montemor-o-Novo).
Por esse motivo este Comissão de
utentes decidiu marcar esta Concentração, frente à Repartição de finanças em
Borba, pois temos de Lutar
contra a imposição de retrocessos nos direitos alcançados com a Revolução de
Abril.
A Comissão de
utentes defende a proximidade dos serviços públicos às populações que deles
carecem e a sua respetiva qualidade, o
encerramento deste Serviço em Borba terá um impacto negativo no concelho,
dificultando o acesso a mais um serviço público, provocando aos Borbenses a sua
deslocação até aos Concelhos mais próximos que disponham deste serviço. Estamos
todos conscientes de que a justificação do governo para o encerramento dos
serviços de
finanças, é absurdo pois sabemos que a questão da informatização é apenas para uma parte da população, não venham
dizer que a Internet resolve tudo, porque não é verdade, sobretudo em regiões,
como o Alentejo, onde há muitos extratos da população sem acesso à Internet e
que não está familiarizada com as novas tecnologias
A população vive um dramático
agravamento das condições de vida, o desemprego e a precariedade atingem taxas
nunca antes vistas desde o 25 de Abril, aumenta a miséria, as desigualdades e
as injustiças sociais. O aparelho produtivo nacional continua a ser destruído,
verifica-se uma profunda recessão económica e Portugal vê comprometido o seu presente
e futuro. Em Borba se o encerramento do serviço de finanças se vier a
concretizar, o mesmo, vem comprometer ainda mais o desenvolvimento económico no
Concelho, trará dificuldades às empresas que estão sediadas no Concelho
colocando uma barreira de impedimento aquelas que possam vir a manifestar
interesse em fixar-se cá.
Todos os dias os cidadãos portugueses são confrontados
com medidas que lhes aumentam o custo de vida e retiram direitos. Em Borba,
estamos todos juntos e unidos, e quando falamos em todos juntos é de realçar o
papel importante e a força da população.
Sabemos
do compromisso assumido pelo PS, PSD e CDS, no âmbito do Memorando da Troica,
de redução do número de serviços locais de finanças, assim como de outros
serviços prestados pelo Estado, com o objetivo de transferir para os grupos
económicos importantes e rentáveis áreas na prestação de serviços públicos à
custa do condicionamento ou mesmo da exclusão do acesso das populações a esses
serviços e por isso mesmo hoje estamos aqui para dizer que o Comissão de utentes
continuará, ao lado dos trabalhadores e das populações, na luta em defesa dos
serviços públicos, pelo reforço dos meios humanos e materiais desses serviços,
como elemento essencial à concretização dos direitos das populações e ao
desenvolvimento do país e do Concelho.
Mais uma vez quero
agradecer em nome do Movimento a presença de todos os presentes e também aos
que por motivos pessoais e profissionais não poderem estar.
Face ao que
referimos, afirmamos que não vamos parar, pois a luta tem de continuar em
defesa do Serviço de Finanças de Borba, dessa forma o Comissão vai solicitar
reuniões com caracter de urgência à Câmara Municipal, ao Diretor Geral dos
Impostos, ao Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e aos grupos
Parlamentares com assento na Assembleia da Republica, para levarmos as
preocupações da população e as razões de tal injustiça se o encerramento deste
serviço se vier a verificar.
A Comissão apela a
que a população esteja alerta, pois comprometemo-nos informar as pessoas dos
passos que vamos dar nesta luta em defesa de mais um serviço publico e se for necessário
realizar outro tipo de ação ou iniciativa, contamos com todos, para que unidos
consigamos mais uma vitória da população de
Borba.
Vamos lutar e não deixar a população do
concelho privada de um serviço público de proximidade e colocando também em
causa os postos de trabalho dos trabalhadores das finanças.
Vamos lutar para que o encerramento deste
serviço não se transforme numa realidade…
Agradecemos a presença
de todos porque a união da população é fundamental na luta, pelos direitos que
temos como cidadãos portugueses.
Vamos
continuar a dizer não, ao Encerramento da Repartição de Finanças
Em Borba!
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