quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

COMUNICADO - Movimento de Utentes da Saúde Pública

O Movimento de Utentes da Saúde Publica (MUSP) do Distrito de Évora, manifesta a sua preocupação com a gravíssima situação criada pelo despacho n.º 19264 de 29 de Dezembro de 2010 do Secretario de Estrado da Saúde, que corta ou reduz drasticamente a emissão de credenciais aos doentes que lhes assegure o transporte para as consultas ou tratamentos. O MUSP procurando interpretar o sentimento de revolta que existe em milhares de cidadãos e o drama de muitas famílias, lançou no dia 24 de Janeiro um abaixo-assinado a exigir a revogação deste despacho.
Com esta medida economicista o governo cria também aos Bombeiros uma dramática situação, que levará ao despedimento de muitos motoristas e outros auxiliares de primeiros socorros. Esta situação é tão mais caricata que o governo na circular n.º 02/2011 de 07/1/2011 criou um vazio sobre a definição de demonstração de insuficiência económica, afirmando: “razões de natureza técnica, impedem neste momento a verificação da condição de insuficiência económica”.
Esta posição é bem ilustrativa de como esta medida anti-social, só visa cortar nas despesas à custa daqueles que já nada têm e um profundo desprezo pela condição humana.
O Governo acabou com dezenas de postos médicos nas aldeias. Muitas vilas e aldeias do nosso distrito não têm médico. Diminuiu drasticamente os horários nos Centros de Saúde. Vem agora cortar os transportes aos doentes, numa população idosa, sem meios e sem transportes públicos.
A população do Distrito não pode continuar a estar sujeita a estas políticas, que desprezam as populações e os seus direitos.
NÃO ACEITAMOS ESTARMOS CONDENADOS A MORRER POR FALTA DE ASSISTÊNCIA!
O MUSP não pode deixar de manifestar o seu mais profundo repúdio pela insensibilidade da Administração Regional de Saúde do Alentejo e dos Coordenadores dos Agrupamentos dos Centros de Saúde I e II, perante uma situação tão grave para as populações.
Assim como ficamos em estado de choque quando ontem ouvimos a Ministra da Saúde afirmar na Comunicação Social “ Cortamos as credenciais para evitar abusos, pois os doentes iam fazer fisioterapia e depois iam às compras” como se as ambulâncias fossem de super mercado em super mercado às compras. Esta afirmação é uma ofensa à inteligência da população Portuguesa e um atentado á dignidade do ser humano.
Ainda recentemente um doente de um concelho do distrito, a quem foi recusada credencial, veio de transporte público quando chegou ao Hospital Distrital para ser atendido foi-lhe diagnosticado um enfarte.
Queremos manifestar o nosso apoio a toda a população do Distrito de Évora, afirmar que a nossa luta não vai parar enquanto não seja revogada esta medida, e manifestar às corporações dos Bombeiros a nossa solidariedade e apoio à sua luta.

25 de Janeiro de 2011
O Movimento de Utentes da Saúde Publica

domingo, 23 de janeiro de 2011

Abaixo assinado do Movimento de Utentes da Saúde Pública, distrito de Évora

Movimento de Utentes da Saúde Pública
Distrito de Évora


Abaixo-Assinado

A constituição da República Portuguesa, no seu artigo, 64º diz:

1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:
a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação;
b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde;
c) Orientar a sua acção para a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentos;
4. O serviço nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.

O Governo tem vindo a tomar medidas para acabar com o direito dos cidadãos à saúde, fechou postos médicos em muitas freguesias e Aldeias, diminui os horários dos Serviços de Atendimento Permanente e dos Centros de Saúde. Muitas Freguesias e Aldeias já não têm médico ou estas estão semanas sem lá aparecer.
O encerramento dos postos médicos, o encerramento dos postos de enfermagem, provocou um maior isolamento das populações do interior e degradou a sua qualidade de vida.
Agora o Governo decidiu cortar as credenciais para o transporte de doentes, em ambulâncias, táxis e outros meios de transporte, originando já situações muito graves e dramáticas nas famílias e nas populações do Distrito de Évora.
Perante esta grave situação os cidadãos abaixo assinados exigem do Governo e dos Serviços responsáveis pela Saúde uma rápida e urgente revogação do Despacho do Secretário de Estado da Saúde.
Que seja devolvido às populações o direito de terem transporte assegurado para as suas deslocações às consultas e aos tratamentos.

Está a decorrer desde dia 22 Janeiro,  o abaixo assinado acima transcrito do Movimento de Utentes da Saúde Pública, com o objectivo de devolver às populações o direito ao transporte nas suas deslocações a consultas e tratamentos, retirado com o Despacho 19264/2010 do Secretário de Estado da Saúde.